quarta-feira, 18 de abril de 2012

A velha

Estes dia estava tocando na missa e, como de costume, nos encontramos antes para ensaiar, na própria igreja.

A comunidade Santa Clara é muito aconchegante. Me encantam as igrejas com seus ornamentos sagrados, suas imagens de santos espalhados, o teto e as paredes pintadas com as passagens biblicas e tudo o mais.

Mas a igreja de Santa Clara nao tem nada disso. É uma igreja simples, sem pintura ou imagens antigas. A nudez das paredes é quebrada apenas por uns pequenos quadros desbotados que retratam a via sacra. O altar, mais simples impossível: apenas o sacrário humilde e a imagem de santa. Só.

Talvez isso é o que realmente importa, a simplicidade. Isso nos faz voltar nossa atenção para o que realmente importa.

Mas naquele dia, outra coisa, ou melhor, pessoa, me chamou a atenção.

Pouco antes da celebração, surge uma velha, com seu vestido estampado de flores enormes e um rosário rosa na mão, combinando com as flores do vestido.

Aquela simpática e bochechuda senhora se instalou num banco próximo de onde estávamos. Se ajoelhou, apoiou os cotovelos num banco a sua frete, cruzou os dedos das mãos com o rosário no meios começou a conversar. Olhava para o altar e conversava. Sua prece, era realmente uma conversa. Fitei os olhos biela e pude perceber a pureza e sinceridade que conversava com Deus. Não dava para ouvir o que dizia e, certamente, nem interessava. Percebia-se que ela falava com a franqueza de um filho de 4 anos que, ao voltar do seu primeiro dia de aula, conta tudo o que fez aos pais.

Aquela senhora, simpática e sem dentes, me fez perceber o quanto pessoas idosas voltam a ser criança. Mas me fez lamentar e quastionar: porque nao conseguimos ser criancas quando adultos? E é só.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

The Publius Enigma


Já ouviu falar sobre o Enigma?

Várias discussões surgiram, a que eu considero mais legal de todas, tirei do site "Pink Floyd H. page".

É bem longo, mas vale a pena acompanhar.

Quem quiser, pode acessar:


A comunidade floydiana agitou-se durante muito tempo tentando desvendar o enigma de Publius, um suposto enviado da banda para ajudar os fans a entenderem o álbum "The Division Bell". Muitos questionaram a sua legitimidade, mas no decorrer das discussões o indigitado impostor mostrou-se um verdadeiro mensageiro do Floyd, comprovando por diversas vezes o seu desígnio em shows durante a turnê de 1994-5.
O Brasil, no entanto, esteve de fora destas discussões que se deram na Internet devido ao fato de que esse meio de comunicação ainda não tinha uma difusão muito grande no nosso país. Tão logo ficamos sabendo desse enigma, pudemos dar nossas interpretações e idéias sobre as questões propostas por Publius, mas não acredito que alguém tenha chegado a uma conclusão definitiva e, no mínimo, palpável.
Como interessado por esse tipo de trabalho interpretativo, resolvi incursionar-me pelo
Enigma de Publius e averiguar as possíveis mensagens que ali poderiam estar inseridas.
Recorri-me ao um grupo de discussão brasileiro especializado em Pink Floyd e, através do internauta Eduardo Chinato Ribeiro, obtive as mensagens traduzidas do enigma.
Ao todo, tive acesso a 14 mensagens, as quais foram enviadas em inglês a um grupo de discussão (AMPF - alt.music.pink-floyd), aleatoriamente e sem uma freqüência regular.
Sabe-se que tudo se desenrolou por alguns meses, enquanto o Floyd fazia a sua turnê pela América do Norte.
A confirmação do livre acesso de Publius à turnê e à banda podem ser confirmados pelas imagens obtidas durante vários shows em 1994.

Não restando dúvidas quanto à existência do Enigma e quanto à idoneidade de Publius, passo a realizar a interpretação do mesmo, começando por expor alguns postulados (sedimentados por diversas discussões com fans) que servirão de apoio para este trabalho.

Assim, tenhamos em consideração o seguinte:

1) O tema central do álbum seria a dificuldade ou a falta de comunição, em sentido genérico;

2) As músicas-chave do enigma são: What do you want from me, Poles Apart, A great day for fredom, Lost for words e High Hopes;

3) As imagens do encarte às quais deveremos nos ater são as referentes às músicas acima;

4) O encarte tem extrema importância para a solução do Enigma;

5) David Gilmour se converteu ao Cristianismo antes ou quando se casou com Polly Samson;

Assim, tendo como substrato tais informações, iniciarei a solução do enigma afirmando que existem no mínimo três níveis de interpretação para o álbum, cada um mais profundo do que o outro.
O primeiro nível é o mais óbvio, podendo ser percebido por qualquer fan que acompanha o trabalho da banda ao longo do tempo. Sabe-se que uma temática muito repetida nos dois últimos álbuns é a rixa entre Gilmour e Waters. Pode-se dizer, também, que há algumas referências a Syd Barret (Poles Apart) e a Polly Samsom (What do you want from me). Esse nível, no entanto, não nos interessa muito.
Passando para o segundo nível de interpretação, pode-se afirmar que o tema central do álbum é a dificuldade ou a falta de comunicação entre os seres humanos. Isso já é um concenso entre os fans, sendo que até o próprio Gilmour já o admitiu. O fato de as caras (escultura da capa do encarte) encontrarem-se separadas revela a temática do álbum mostrando duas feições humanas separadas e uma só feição dividida em duas (quando se olha firmemente para a figura percebe-se que ela também é uma só, mas dividida ao meio). Há outras referências bem expressas, como na introdução de Keep Talking em que ouve-se a voz sintetizada de Stephen Hawking (cientista portador de esclerose múltipla, doença esta que impede a sua comunicação, senão pelo sintetizador de voz) exortando os seres humanos pela necessidade do diálogo. E assim sucessivos e inúmeros exemplos. Tal compreensão era o limite máximo que poderíamos chegar sem as dicas de Publius, as quais nos levaram a um terceiro raciocínio. Desta forma, chegamos a um ponto crítico que necessita da ajuda do leitor para a compreensão total do problema. Alerto para o fato de que todos devem procurar eximir-se de quaisquer espécie de preconceitos que possam influir na solução do enigma. Dito isso, passo a explicar as minhas idéias e, em seguida, as justificativas:

a) The Division Bell possui um tema voltado para religião, notadamente as que acreditam em Jesus Cristo como Filho de Deus e Salvador. Considerando que as alusões a Deus e Jesus Cristo são inúmeras, passo a elencá-las:

Take it back

Now I have seen the warnings, screaming from all sides
It's easy to ignore them and God knows I've tried
All of this temptation, it turned my faith to lies.
Until I couldn't see the danger on hear the rising tide

Traga de volta

Agora eu tenho visto os avisos, gritando por todos os lados
É fácil ignorá-los e Deus sabe que tenho tentado
Toda essa tentação transformou minha fé em mentiras até que eu não possa ver o perigo de ouvir a maré que sobe

Lost for words

To martyr yourself to caution
Is not going to help at all
Because there'll be no safety in numbers
When the Right One walks out of the door

Perdido em palavras

Penalizar você mesmo para prevenir-se
não irá ajudá-lo muito
Porque não existirá certeza nos números
Quando "O Certo" atravessar a porta

A expressão "Right One" refere-se a Jesus Cristo como sendo o único que já habitou a Terra e aqui permaneceu imune a tentações e ao pecado. Assim considerado, este trecho nos remete ao algum momento bíblico, provavelmente o Apocalipse, em que Jesus volta para o Juízo Final e quando, também, ele leva consigo a sua legião de fiéis. A referência a "certeza nos números" significa a certeza na salvação. O livro do Apocalipse de João (7:4,9) menciona o fato dos escolhidos serem em número de 144 mil dentre as diversas tribos do mundo.
Outra referência bíblica que pode ser notada, agora não com relação ao encarte do álbum "The Division Bell", mas com relação ao encarte do álbum "A Momentary Lapse of Reason" (Versão 1994 - USA) é a presença de novas fotos e indícios do Enigma.
Essa foto, integrante do novo encarte do disco "Momentary", possui uma inscrição "Publius" localizada em letras quase invisíveis no lado inferior esquerdo da imagem. Quem tiver o encarte pode perceber que não se trata de uma montagem. Tal foto veio comprovar ainda mais a nossa teoria sobre o final dos tempos. Diz a Sagrada Escritura (Apocalipse, 14:14-20) "E olhei, e eis que vi uma nuvem branca, e uma pessoa, sentada sobre a nuvem semelhante ao Filho do homem, a qual tinha na sua cabeça uma coroa de ouro, na sua mão, uma foice aguda. E outro anjo saiu do tempo, gritando em alta voz para o que estava sentado sobre a nuvem: Mete a tua foice, e sega, porque é chegada a hora de segar, pois a seara da terra está seca. (....)
Mete a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque as suas uvas estão maduras. O anjo meteu a sua foice aguda à terra, e vindicou a vinha da terra, e lançou a vindima no grande lagar da ira de Deus no inferno; e o lagar foi pisado fora da cidade, e do lagar saiu sangue que subiu até os freios dos cavalos, num espaço de mil e seiscentos estádios.
O trecho citado se refere à primeira ceifa realizada por Jesus durante a tribulação do Juízo Final. Segundo a profecia, essa seria uma espécie de "limpeza" feita na terra, pois já havia chegado a hora para o julgamento, momento em que os ímpios foram condenados para a morte eterna.

b) Ao lado das menções a Jesus e a Deus, chamo a atenção para a letra da música High Hopes, quando Gilmour e Samson escrevem:

High Hopes

(...)
The ringing of the Division Bell had begun
Along the Long Road and on down the Causeway
Do they still meet there by the Cut Esperanças Superiores
(...)
O soar do Sino Divisor havia começado
No decorrer da Longa Estrada e abaixo do Calçamento
Eles ainda se encontram lá pelo Atalho
Looking beyond the embers of bridges glowing behind us to a glimpse of how green it was on the other side
(...)
At a higher altitude with flag unfurled
We reached the dizzy heights of that dreamed of world

Olhando através das brasas das pontes que cintilam atrás de nós para ter uma noção de quão verde era do outro lado
(...)
Numa elevada altitude com bandeira estendida
Nós alcançamos alturas vertiginosas daquilo sonhado como mundo
The grass was greener
The light was brighter
The taste was sweeter
The nights of wonder
With friends surrounded
The dawn mist glowing
The water flowing
The endless river
Forever and ever A grama era mais verde
A luz era mais brilhante
O gosto era suave
As noites de surpresa
Com amigos ao redor
A névoa da aurora reluzindo
A água correndo
O rio infinito
Para todo o sempre

Na primeira citação, consideramos que o Sino da Divisão é o sinal do fim dos tempos, é o sinal do Apocalipse, do fim do mundo, da divisão entre o mal e o bem, da salvação dos bons e da condenação dos maus. A expressão "Long Road" quer dizer "estrada da vida" e a expressão "Calçamento" (também pode ser "calçada") quer dizer um caminho mais seguro pela estrada da vida. A calçada, no mundo real, é o lugar seguro destinado ao trânsito de pedestres, longe dos perigos da rua. A metáfora como um todo significa que aqueles que trilharem por um caminho reto e seguro se encontrarão 'em algum lugar' de forma mais breve e tranqüila.
A segunda citação refere-se ao desejo de todos os mortais de um dia habitarem o paraíso, desfrutarem das veredas e da serenidade do reino dos céus, um ambiente perfeito de harmonia e paz.
A terceira citação, por sua vez, é mais contudente e direta. Considero a parte mais linda da canção e dedico a ela uma atenção especial. Esse trecho é uma espécie de pequena oração que demonstra todo o caráter religioso da música que contém o nome do disco. As descrições dos versos correspondem à descrição hipotética do paraíso, através de luzes e suavidade, com amizade e o principal: a eternidade. High Hopes é, nada mais, do que uma oração em que se visa à morada eterna, algo como grandes esperanças dedicadas àquilo que todos nós sonhamos como mundo.
c) a catedral de Ely está fotografada entre as bocas das duas caras do encarte. Isso é mais uma confirmação da nossa teoria com relação à falta de comunicação com Deus.
d) outra referência ao final dos tempos é a coincidência entre os sinos introdutórios da faixa High Hopes e da faixa "Fat Old Sun", do álbum "Atom Heart Mother". Apesar de ser de sutil percepção, os sinos dessas duas faixas são idênticos. Quando analisadas conjuntamente, notamos que as duas músicas fazem referência a um estado de alegria e harmonia como "amigos ao redor" e "risadas de crianças em meus ouvidos"; "the ringing of the division bell had begun" "distant bells, new mown grass".
Ao nosso sentir, as duas músicas são conectadas pelo tema comum que é o fim de alguma coisa, no caso de "Fat Old Sun" que é o fim do dia, pôr do Sol, e em "High Hopes", final dos tempos.
Dito isso, já está evidente a solução enigma. O álbum The Division Bell trata da falta de fé dos seres humanos (Keep Talking) em permanecerem em guerras e pecados (A great day for freedom), desvinculando-se do projeto de Deus pela falta de comunicação com Ele próprio e com seu Filho. The Division Bell é um alerta aos homens para crerem que existe um paraíso e que todos devemos almejá-lo.
Resta-me dizer, então, qual era o prêmio do Enigma. O prêmio tão almejado pelos fans e pelos "investigadores do Enigma" levou-os a escavar as imedições da Catedral de Ely, em Cambridge (aquela que aparece na capa do encarte), na procura de um tesouro material ou de alguma relíquia. Tolos!!! Não souberam entender o Enigma. A falta de comunicação com Deus chegou ao extremo, ao pico máximo, nessa demonstração de materialismo humano. Saibam estes e saibam todos que o prêmio do enigma é o próprio paraíso, ou nas próprias palavras de Publius em sua 3ª mensagem: "I would like to think that for all your time spent listening, discussing
Eu gostaria de acreditar que por todo o tempo que vocês gastarem escutando, discutindo e pensando sobre Pink Floyd, vocês seriam levados a algo único e potencialmente extraordinário".and thinking about Pink Floyd, you would be drawn to something unique and potentially extraordinary.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

"O" muro!

No dia 25 de abril de 2012, tive o privilegio de, juntamente com minha amada esposa Keli e meus Amigos Jean e Adriana, ir a Porto Alegre assistir Roger Waters com seu show autobiográfico THE WALL. Esquecendo-se o fato de eu ser "Pink-Floydiano", fiz uns breves relatos. Pontos positivos: - É um absurdo a tecnologia, logística e, principalmente, a qualidade do Show; - Foi fantástica a integração dos artistas com o público; - Emocionante a homenagem ao brasileiro Jean Charles; - A atualização política e social, mostradas nas imagens projetadas no "muro" tornaram o show mais impactante ainda. Pontos negativos: - A dificuldade de falar para quem pergunta "como foi o show" é do tamanho do muro; - Não tinha dinheiro para assistir os shows dele em SP e RJ; - Não poderei assistir outro show por alguns anos, pois minha referência de excelente foi lançada a patamares astronômicos; Conclusão: Lamento quem não pode ir, mas tenho pena de quem não tem a menor noção do que perdeu. E é só.

Jovens gigantes de mármore...

Gosto muito de música, principalmente as bandas que trazem alguma mensagem construtiva. Pelo título, devem ter percebido que Legião Urbana é uma delas. Mas o que Renato Russo quiz dizer com a frase: "lá vem os jovens gigantes de mármore, trazendo anzóis na palma da mão"? A curiosidade mata, mas também ensina. Fui pesquisar. O resultado é que ainda nao sei ao certo, mas duvido que alguém saiba. Há varias teorias. A que mais me chamou a atenção (e a que mais me parece plausível) é que Renato era fã de uma banda galesa chamada Young Marble Giants (Jovens.. em inglês), ele até apareceu em algumas fotos com a camisa do Young. Essa banda durou de 78 à 81. Como toda banda boa, brigaram e se separaram. Voltaram em 2007, e desde então vem fazendo alguns shows. Quem se interessar, segue alguns linha interessantes: http://lovenomore.wordpress.com/2009/08/08/reeditando-young-marble-giants-musica-contra-toda-a-apatia/ http://en.wikipedia.org/wiki/Young_Marble_Giants http://www.lastfm.com.br/music/Young+Marble+Giants http://olugardosangue.blogspot.com.br/2010/03/young-marble-giants.html No YouTube também tem faixas do "Young". E é só.

Teorema Principal

Não sou autor de nenhum teorema. Todas as idéias, teoremas, pensamentos, notícias, aqui postadas, são plágios, conscientes ou inconscientes. O que trazemos em nós, são idéias de outros e vivências "sofridas". Qualquer semelhança que alguém tenha com qualquer postagem, é mera coincidência. Não tenho nenhuma pretensão de chegar a lugar algum, apenas partilhar idéias e opiniões sobre determinados fatos. Também não prometo atualizar periodicamente, não quero me tronar escravo de minhas próprias eloqüências. Talvez o único motivo de começar isto, sem ao menos saber no que vai dar, é fortalecer minha memória. NiKolai Gogol, no livro Almas Mortas, dizia mais ou menos assim: "triste o homem que chega à sua velhice e não se lembra de nada. Até uma lápide é melhor que ele, pois na lápide está escrito: aqui jaz um homem. Mas um velho que não tem memória, não é nada." E é só.

Boas Vindas

Obrigado por sua visita. Aqui jazem: pensamentos tolos, teoremas, idéias, teorias conspirativas, reflexões, piadas e curiosidades. É humilde e simples. Boa degustação. E é só.